sexta-feira, 26 de outubro de 2012

30 Minutos

Antes de qualquer coisa, o conto é de minha autoria. Todos os direitos reservados.
Obrigada ao meu professor de Redação Aguinaldo que criou a oportunidade de que a turma realizasse a produção de um conto.
Obrigada à Ayrton Senna que AMA este blog e que por ele todos os dias haveriam postagens.
Obrigada à Luanna que está esperando que eu poste este conto. Essa redação é exclusiva à você.
Enfim, obrigada à Deus! Porque se não fosse por Ele e pela força que Ele me dá todos os dias, eu não teria conseguido escrever duas laudas em apenas 1 hora e alguns minutos devido ao apagão.

30 Minutos

  Um dia comum como qualquer outro. Porém, Tomás terminara seu relacionamento. Ana apareceu em sua residência assim que soube do ocorrido. Oh, Ana... Sempre uma boa amiga! A garota loira cumprimentou a mãe de Tomás da mesma maneira dos outros dias. As duas mantinham um relacionamento harmonioso.
  Ana entrou no cômodo em que Tomás estava. Tentou reanimá-lo e continuaram conversando qualquer outra coisa que o nome da ex, ruiva, não fosse proferido. À noite, Ana despediu-se da mãe e do filho e seguiu para sua casa. Óbvio que Tomás adorava a presença da amiga, contudo no fundo sabia que Ana sentia algo por ele. Pena que não podia retribuir, já que não mais lamentava pelo término.
  Depois da meia-noite, Tomás recebeu uma ligação de Ana. A loira falava com uma voz arrastada, diferente de sua fala meiga e calma. Tomás deduziu que Ana encontrava-se bêbada, novamente. Não entendeu grande parte do que foi dito, mas entendeu que a garota suplicava para que ele fosse buscá-la na boate mais promíscua e iníqua da cidade. Ignorou o chamado, pois racionalizou que ela estava lá porque desejava. Ana já fora naquele ambiente duas vezes e, nessas duas vezes, quase fora assediada. O risco já havia se apresentado.
  Trinta minutos após a chamada Tomás pensou diferente. Eles eram amigos, portanto nada mais justo que o rapaz trouxesse-a para casa e a salvasse.
  À caminho da busca, entrou em uma viela muito estreita e deserta que intercedia pela rua da boate. Ao longe, viu um corpo caído. Acelerou para ver de perto. Seu coração apertou quando identificou ser uma loira. Ana estava imóvel e Tomás a chacoalhou gentilmente, torcendo para que fosse apenas um desmaio. Ana abriu os olhos e, diferente do que Tomás pensara, estava sóbria. O rapaz apressou-se para levá-la à sua residência.
  Os meses passaram rapidamente. Quase todos os dias Tomás e Ana saíam para dar uma volta no shopping. No final de semana, ocupavam seu tempo livre - quando não estavam estudando para o vestibular - indo à praia. Certo dia, mais precisamente em uma sexta-feira à noite, Tomás voltou para casa acompanhado da amiga. Deu um boa-noite para a mãe que não exibia uma expressão agradável.
  Antes que o filho subisse para o andar de cima, a mãe de Tomás o chamou. Seu tom era apropriado para uma discussão. Era o que ela estava prestes a fazer. Começou apontando o filho como um mentiroso, pois sua ex-nora ligara para dizer que Tomás percorria o shopping sozinho. Sua desculpa fora temer que o rapaz cometesse um suicídio. Tomás riu sarcasticamente e tentou contornar a situação ao dizer que estava com Ana. A mulher rebateu e afirmou que não via ninguém ao seu lado. Novamente Tomás contestou, mas não adiantou. Por fim, a mãe o chamou de louco e mentiroso, impondo um castigo por tempo indeterminado.
  Permitido apenas que Tomás fosse para a escola, o garoto passava a maior parte do tempo trancado no quarto, angustiado. O vestibular já não era seu foco como antes. Todavia, Ana entrava em seu quarto pela janela todas as noites. Tendo sua presença, Tomás sentia-se melhor e mais seguro.
  Em uma dessas visitas, Ana apareceu chorando. No início o rapaz achava estranho o fato da amiga entrar pela janela, porém tornou-se hábito. Tomás questionou o motivo da amiga estar chorando. O vento entrava pela janela deixando o ambiente mais escuro, mais sombrio e mais frio. Calmamente e tendo cautela com algo, falou:
  — Sou um fantasma. Sinto muito.
  O clima também "mais" tenso pareceu congelar para Tomás. As cinco palavras penetraram como uma faca sendo empurrada cada segundo mais fundo. Em seu estômago? Em seu coração? Na verdade, nem o mesmo o sabia. Por um segundo teve a impressão do sangue parar de percorrer pelas artérias, causando uma dormência que desapareceu. Suas pernas pararam? O que, o que acontecia? Ele ainda procurava saber de onde a dor vinha. Neste meio-tempo, uma lágrima escorreu por uma de suas faces. Enquanto a mesma escorregava irregularmente, essa era a prova do apego. A prova de seus sentimentos por Ana. Ele estava apaixonado. Por ela. Por um fantasma.
  Embora visse o amor de toda a sua vida em choque por sua revelação, não hesitou em tê-lo para si. Desembainhou a faca e cravou no peito esquerdo de Tomás. O coração do rapaz parava de bombear lentamente. Talvez agora ele soubesse de onde vinha toda a imensa dor, ou a que sempre existiu. Uma parte de seu íntimo implorava para dizer-lhe que o mesmo já estava morto há muito tempo.
  O branco esvaiu-se de sua mente e depois de um longo adormecer, abriu seus rebentos.
 Encontrava-se perto de uma lápide com seu nome. Sua mãe e outros amigos lamentavam sua morte. Ninguém era capaz de visualizá-lo. Após as palavras do padre, o detetive averiguou a mãe de Tomás, que respondeu:
  — Disseram-me que ele foi encontrado com uma ruiva numa viela perto daquela boate horrenda.
  "Como morri?", pensou. Mas não, ele não lembrava.

XOXO, não, não sou a Gossip Girl
Between Green Eyes.

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